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Para os educadores apaixonados pela profissão e interessados em compartilhar suas experiências
A família é o elo entre o indivíduo e a sociedade, é a base de todo relacionamento humano. É na família e não na escola que a criança inicia seu processo de aprendizagem. Pois, desde o nascimento observa as pessoas com quem convive e aprende com elas. Segundo Davis e Oliveira (1993, p.6) tudo o que a criança faz tem origem no seu ambiente (interno/externo) e, principalmente, no comportamento observado das pessoas que a cercam. Portanto, tudo o que ela presencia no contexto familiar adquire para si, em outras palavras, ela procura imitar as pessoas com quem convive e aos poucos, de acordo com o seu desenvolvimento ela vai construindo sua própria identidade, o que não quer dizer que ela irá se libertar de certas condutas que estão inseridas em seu ambiente familiar, pelo contrário, estas condutas servirão de base na estruturação da personalidade da criança. De acordo com Chagas (2009) o ser humano é um ser social, sua identidade resulta das relações com os outros, ou seja, essa identidade começa a ser construída durante nossa infância, a partir dos primeiros vínculos formados em nossa família.
Os pais e até mesmo alguns educadores muitas vezes não estão preparados ou informados a respeito da importância de um acompanhamento adequado na vida da criança, pois, ainda como diz Davis e Oliveira (1993, p.7) a preocupação com o estudo da criança é bastante recente em termos da História da Humanidade. Até época relativamente próxima ao século XX, as crianças eram tratadas como pequenos adultos. A preocupação mais ampla e sistemática com o estudo da criança só veio acontecer já no século XIX e no início do século XX. Atualmente sabemos que, como afirma Fernández (1991) o aprender transcorre no seio de um vínculo humano cuja matriz toma forma nos primeiros vínculos mãe-pai-filho-irmãos, pois a prematuridade humana impõe a outro semelhante adulto para que a criança, aprendendo e crescendo, possa viver.
Mas a realidade é que mesmo que os estudos sobre a infância já tinham avançado e desenvolvido em vários aspectos, alguns, ainda exercem como disciplina métodos violentos ou agressivos que em nada contribuem para um desenvolvimento saudável de suas crianças. Em contrapartida presenciamos lares completamente destituídos de algum método disciplinar. Lares em que o “não” praticamente foi abolido da educação dos filhos. Isso em decorrência da complexidade aludida a inovação na maneira de educar. Segundo Mônica Silva (2008) “Hoje, recusar qualquer coisa para um filho toma dimensões assombrosas, já que os pais assimilaram o não como um causador de perturbação emocional em seus filhos”. Mas o não precisa estar incluído no processo de educação como forma de impor limites. E cabe aos pais saber usá-lo com discernimento e no momento adequado.
Um dos grandes problemas enfrentados pela escola está relacionado à falta de apoio dos pais no processo disciplinar dos filhos. Pois, filhos indisciplinados representa alunos indisciplinados. É claro que nem sempre é regra. Algumas vezes a escola consegue disciplinar crianças com dificuldades em obedecer em casa. Pelo simples fato de na escola existir regras, limites, que faz o aluno entender que para cada ação errada haverá uma conseqüência negativa. Diante disso, ele começa a disciplinar-se. Existem fatos de crianças indisciplinadas em casa e disciplinadas na escola, como também existe o inverso.
O fato, é que quando não há parceria, quando a educação familiar não interage com a educação escolar o resultado não será satisfatório para ambas as partes.
Também é importante ressaltar que assim como na escola cada profissional desempenha um papel importante em sua função, a família também precisa estar ciente de que cada um tem seu papel e sua função. O sucesso da escola depende do trabalho coletivo entre todos os seus funcionários. Todos precisam estar desenvolvendo seu trabalho em parceria e união, visando um único objetivo. O mesmo deve acontecer na família. A união entre seus membros, cada um desempenhando seu papel, unidos em um só objetivo trará como resultado o sucesso no desenvolvimento e aprendizado de seus filhos.
Mas a realidade com a qual muitas vezes nos deparamos, é a ausência paterna nos lares. Mesmo que estes pais estejam presentes, sem o apoio, o diálogo, a afetividade e a participação direta na vida dos filhos, eles se tornam ausentes. Ausentes no processo de desenvolvimento pessoal e escolar de seus filhos. Não é de se admirar a falta de participação do pai nas atividades promovidas pela escola. Esse é um ponto importante que precisa ser mais trabalhado e debatido no contexto escolar. E a escola muitas vezes deixa passar essa ausência.
Seja no lar ou na escola, a educação não é responsabilidade apenas das mães, que acumulam para si toda essa responsabilidade, tentando suprir a falta deixada pelo descaso paterno.
REFERÊNCIAS
DAVIS, Claudia. OLIVEIRA, Zilma. Introcução à Psicologia do Desenvolvimento. In: Psicologia na Educação. São Paulo: Cortez, 1993.
FERNANDÈZ, Alicia. A Inteligência Aprisionada: abordagem psicopedagógica
clínica da criança e da família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
MORAIS, Maria de Lourdes Cysneiros. Relações Interpessoais na Formação do Educador: Uma visão Psicopedagógica. Disponível em <www.abpp.com.br/artigos/68.htm>, fevereiro de 2007.
OLIVEIRA, Silvia Suelly Sillos de. A Importância do Psicopedagogo frente às Dificuldades de Aprendizagem. Disponível em <www.abpp.com.br/artigos/62.htm>, Novembro de 2006.
SILVIA, Monica Nardy Margazão. Filhos Responsáveis. Disponível em <www.abpp.com.br/artigos/89.htm>, Julho de 2008.
STOEBER, Isa Spahghero. FELICE, Zuleica P. de. A Psicopedagogia e a Família. Disponível em <www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrID=20>. Captado em Setembro de 2009.
TREVISAN, Julia. Dificuldades de Aprendizagem: de onde vem o problema? Disponível em <www.psicopedagogianet..com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1548Itemid=31>, acesso em Setembro de 2009.